terça-feira, 14 de setembro de 2010

TRÊS VEZES AMOR

Não, não é mais uma dessas comédias românticas tradicionais (pelas quais sou apaixonada!). Essa tem uma sensibilidade maior, um amor amor...
O protagonista Will Hayes (Ryan Reynolds)faz uma bela interpretação, se mostra um pai exemplar que apesar de seus fracassos amorosos faz da filha Maya (Abigail Breslin) seu grande amuleto e razão de viver.
A história começa com Will contando um pouco sobre sua vida a caminho da escola de Maya, recém divorciado todas as quartas feiras ele se dedica a filha (pois é o dia que ele fica com ela), o que ele não sabia é que Maya acabara de presenciar uma aula sobre educação sexual - e as perguntas se fizeram em intervalos mínimos - ele se via numa situação delicada.
Até que a filha indaga sobre o fim do casamento dos pais e pede para que ele lhe conte como eles se conheceram, como havia sido essa história de amor. Ele diz que a menina é muito pequena para saber tal coisa mas ela insiste (daquele jeito que só as crianças sabem) e ele realiza o desejo da pequena, porém com uma condição: ele contaria três hístória sobre as três namoradas que tivera: tem a inocente e pura (vivida por Elizabeth Banks), a apolítica por opção (Isla Fisher) e tem a jornalista intelectual (Rachel Weisz) e ela teria que descobrir qual afinal é a sua mãe, a menina gostou muito da ideia e até a definiu como uma "história de amor de mistério".
A partir de então começa uma série de fatos, histórias, amores e uma dedicação de pai que emociona. Esse é um filme onde mais emociona um beijo do pai na filha que do casal mais apaixonado - é lindo!
É importante o amadurecimento que Will ganhou ao longo do filme, demonstrando o nosso próprio amadurecimento enquanto ser humano. Ele sai do interior dos Estados Unidos para ganhar a vida profissionalmente em Nova York. Transcorre o ano de 1991 e ele, um democrata praticante, quer ser útil na campanha de Bill Clinton para a presidência dos EUA. Vira então consultor político. O tempo, claro, acabará com suas ilusões como se os anos Clinton fossem seu romance de formação.
Um homem que descobre seus medos, segredos, ilusões ao longo da vida e encontra na filha os braços mais acolhedores do mundo.
Em seu desfecho, eis que é desvendado o mistério e toda a expectativa de finalmente descobrir quem é a mãe ganha emoção maior e atende a euforia do público. Sua filha o ensina muitas coisas, principalmente sobre o amor, o fazendo encontrar a felicidade (que nem ele acreditava mais existir, ou melhor, só a via na filha) e a história ganha um lindo final feliz. Final que outrora fora contestado pela filha que ouvindo seu pai o diz: "Como essa história pode ter um final feliz se você se separou da mamãe?"
E no desfecho esse final feliz é revelado, após o mistério ser revelado Maya vai para a casa da mãe e Will a abraça e diz: "Ei! Eu esqueci de contar o final feliz da história - você!" Uma das cenas mais emocionantes!
Um filme que fala sobre amor, pais e filhos, vida e a busca pelo tal "final feliz". Ensina o quanto a vida vale a pena, o quanto as pessoas são importantes mesmo não vivendo "eternamente" com elas, prova o amor de pai e filha com um mistério delicioso.
O longa tem um grande elenco, Ryan Reynolds assume um dos papéis mais bonitos da carreira e a gigante pequena Abigail Breslin prova o que é fazer parte da sétima arte, com sua doçura e leveza rouba a cena em todas as suas aparições.
Um filme inesquecível, um mistério inesquecível, um romance contemporâneo isso resume Três Vezes Amor.